Para começo de conversa a minha primeira sugestão é que descansem MUITO na véspera do réveillon. Mas muito mesmo! Vão precisar de todas as energias que tiverem para aproveitarem bem a programação desta noite, que garanto será inesquecível.
Ora então vamos lá: vestirem de branco é essencial para nos juntarmos ao grupo e fazermos parte desta festa. O branco é a cor da Paz e por isso, segundo os entendidos, atrairá a luz necessária para que o vosso novo ano seja tão próspero quanto feliz. Se não levarem roupa branca na mala, não se preocupem, nesta altura do ano o que não faltam são opções para todos os gostos e preços em quase todas as lojas de roupa cariocas. No pé, a minha sugestão vai para uma rasteirinha simpática que não magoe ou para a fiel Havaiana que nunca nos deixa ficar mal. Vão passar muito tempo com o pé na areia e até na água (já falarei disso mais adiante).
Organizar a ida para a Praia também é uma boa dica. Os acessos ao Bairro de Copacabana começam a sofrer alterações já a partir do dia 30 e no dia 31 só vão conseguir entrar na Av. Atlântica a pé. Se estiverem por perto, vão mesmo a pé. Em alternativa, sugiro o Metro. Os bilhetes de metro para o dia 31 já estão a ser vendidos (apenas nas seguintes estações: Pavuna, Carioca, Central, Glória e Uruguai). Atenção que os bilhetes costumam esgotar na manhã de dia 31...
A partir das 18h já começa a animação nos dois palcos montados na Av. Atlãntica. O PALCO PRINCIPAL fica em frente ao conhecido Hotel Copacabana Palace, e o PALCO SANTA CLARA fica na altura da Rua Santa Clara (uma transversal da Av. Atlântica). Vão cedo e aproveitem tudo! TODOS OS SHOWS SÃO GRATUITOS.
Da programação agendada antes da virada do ano os meus destaques vão para o Musical SAMBRA (20.00h - Palco Principal) com o sambista Diogo Nogueira, onde é contada a história do samba do Brasil, e para o show do sambista Arlindo Cruz (22.30h - Palco Santa Clara). Qualquer destas sugestões vão vos fazer tirar o pé do chão!
Na hora da virada, que é como quem diz à meia-noite, surpreendam-se com um dos melhores shows de fogo-de-artifício do mundo. 24 toneladas de fogos de todos os tamanhos e feitios, vão ser lançados de 11 balsas (jangadas) que vão estar minuciosamente arrumadas no mar em frente à Praia de Copacabana. Vão ser perto de 16 minutos de fogos. E música, muita música de fundo com uma multidão estarrecida que entre "ahhhs" e "ohhhs" se deixam encantar e até emocionar. Este ano está até previsto o rufar de 2.000 tambores... E depois é hora de beijarem a quem de direito, de abraçarem muitoooo e seguirem para os shows que vão continuar pela noite dentro. E aqui mais uma sugestão: Zeca Pagodinho que às 00.20 vai dar um show no Palco Principal.
Arcos Olímpicos flutuantes estarão a postos numa homenagem a 2016, ano em que o Rio de Janeiro será Sede dos Jogos Olímpicos.
Levar flores à Iemanjá faz parte dos rituais da virada de ano carioca. Iemanjá é um orixá feminino (divindade africana) das religiões do Candomblé e Umbanda, Padroeira dos Pescadores é também tida como a Deusa do Amor. No Rio de Janeiro, as festas em honra da Iemanjá são sempre no final do ano, onde quem acredita leva para o mar várias oferendas para a Deusa. Flores brancas, bijuterias, frascos de perfume, sabonetes, espelhos e até comidas. Eu fico-me pelas flores brancas, compradas sempre numa das esquinas de Copacabana, onde neste dia vários vendedores ambulantes levam uma variedade de flores digna de uma verdadeira Deusa. Neste quesito tenho duas dicas: há quem diga que as oferendas devem ser feitas à meia-noite, eu faço ou mais cedo, ou mais tarde do que a meia-noite. Normalmente compro as flores mais cedo quando os vendedores ainda têm as flores frescas e bonitas e quando ainda não pedem preços absurdos por uma flor (mais perto da meia-noite a lei da oferta e da procura tem o seu auge...). Depois, ou vou directa ao mar, ou só vou quando os fogos acabarem, os brindes estiverem feitos e os abraços todos dados. Tenho a certeza que a Iemanjá não se importa. A segunda dica, é quase um conselho que vos irá tirar de uma possível saia justa (que é como quem diz vos tirará de uma situação embaraçosa): é comum nas horas seguintes à entrega dos presentes a Iemanjá (até mesmo no dia seguinte) alguns dos presentes que não afundam na água, serem devolvidos à praia. É frequente passarmos por barquinhos de madeira, colares etc... Dizem os entendidos na matéria, outra vez, que são presentes recusados mas que não devem ser apanhados. Pelo sim, pelo não... não apanhem nada!
Ao longo de toda a orla uma estrutura de apoio será montada, com 500 wc's, 30 postos de polícia, 50 unidades de UTI móveis e 5 postos médicos.
Aproveitem, cantem, pulem, brindem, beijem a quem de direito e abracem muito (outra vez!). Tenho a certeza que vão ser surpreendidos com mil abraços, porque como diz a minha filha mais nova: "No Rio são todos família".
Palavra de Carioca